Bobeiras da Ana Leticia

Jundiaiense, morando em Teresina, morrendo de saudades da terra da uva... da família, dos amigos, então, nem se fale...

quinta-feira, julho 14, 2005

Brigadu, Blandinha!

Blandinha, MAIS UMA VEZ vc salvou minha vida... brigadão!!!!!!

Eu tô com o coração desse tamanhinho por minha mãe, a Cris e meu pai já terem ido embora... o que me consola é que o João e o Dandan estão de volta pra Teresina amanhã e eu ainda vou poder ficar mais um pouquinho com meu irmãozinho.

Quanto ao meu serviço, vai bem, cada dia tem algum caso novo que me surpreende.


Hoje foi uma garotinha, uns 8 anos, já tinha ido outra vez lá. Ela tem um probleminha em um dos olhos, é cega desse olho, mas carinhosa que só. Chegou e veio me abraçar: "tia, fiquei com saudades da Sra!".

Eu já tinha ficado mexida quando ela tinha ido a primeira vez lá e deixei uma canetinha com um chaveirinho de boneca guardado esperando quando ela voltasse pra dar de presente. Ela amou!

Na primeira vez que apareceu por lá, a pretendente a adoção, que é uma vizinha da criança, me disse (na frente da menina) que a mãe biológica tinha tentado matar a criança quando bebê, inclusive o olho tinha ficado daquele jeito por causa disso. Ainda completou (TUDO NA FRENTE DA MENINA): "por causa desse problema que ela tem no olho, ela tem problemas mentais". A menina disparou pra mim: "tia, é mentira, eu não sou doida não!".

Vcs imaginaram a situação?

Hoje, a menina veio com mais pérolas. Assim que eu comecei a atender a "pretendente a adoção", a menina me disse: "Tia, a Sra tem filhos?" Eu respondi que não, então ela disse: "então me adota, tia, minha mãe está me vendendo".

Você no meu lugar faria o que?

A pretendente a adoção riu, disse que a menina era muito criativa e ficou por isso mesmo. Daqui a pouco a menina pede pra eu adotá-la de novo... eu falei: "Carol*, eu vou levar vc ficar uns dias em casa, tá?". Ela respondeu: então escreve seu endereço agora... eu falei: "vamos fazer o seguinte, eu vou pegar seu endereço e te busco um dia". Ela concordou.

Daí a pouco a "pretendente" fala, de novo na frente da menina: "a mãe biológica não quer saber dela não, não tá nem aí pra menina... vc vê né, olha o olho dela, foi a mãe que fez". E eu lá, completamente sem graça, porque não fiz psicologia, mas sei que isso pode afetar e muito o desenvolvimento psicológico da menina..

Mas antes parasse aí! A menina se vira e fala: "tia eu odeio a minha mãe, quero que ela morra e vá pro inferno. Odeio, não gosto dela. Ela não é minha mãe." Eu levantei da cadeira, disfarcei com a papelada, já não sabia mais o que fazer.

Em resumo, peguei toda a documentação, mas como ficou faltando um atestado de boa saúde da "pretendente" e uma declaração de anuência de adoção da mãe biológica, deixei a ficha na pasta de "pendetes de documentação".

Por último, só queria dizer que o tempo todo chamei a constituinte de "pretendente" porque ela somente pretende a adoção. Não sei se faço tanta questão que saia... sabe qual o interesse deixado claro? A menina é aposentada e recebe pensão. E toda a família da "pretendente" vive com a pensão da garota.

Como eu queria poder fazer alguma coisa, viu, mas o que eu faço?


*Carol não é o nome verdadeiro, claro!

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