tô devagar
Passaram-se tantas coisas que eu deixei de registrar... sempre com uma desculpa por não atualizar.
Muitas coisas boas aconteceram e vem acontecendo, mas uma coisa muito triste também aconteceu. Minha vó Ana morreu. E sempre quando lembro, choro. Choro porque não acredito nisso, choro porque eu sinto saudades, choro porque ela sofreu. E choro pelo que eu deixei de fazer. Uma mulher santa, boa, forte e vencedora. Mãe que viu seus sete filhos nascer em casa, provavelmente com dor, e com dor também viu uma filha sua morrer. No silêncio que, com certeza, gritava por dentro dela, lembro direitinho da gente indo pro enterro da minha tia e ela dizendo: "eu sou velha, eu deveria ter morrido no lugar dela". Os olhos da vó se apagaram em dezembro de 1996, quando minha tia Rute sofreu um acidente de carro. Ainda assim, ela teve força pra enfrentar tantos problemas até pouco mais de um mês atrás.
Em março, quando eu estive em Jundiaí, fiquei um tempinho com ela no hospital e não conseguia saber o porquê de tanto sofrimento que ela passava. Mas eu sempre entendi que ela lutava pela vida e lembro direitinho dela dizendo: "Aninha, ora por mim..." ô meu Deus, já chorei tanto, mas não consigo entender nada, essa é a verdade. Por que minha vó se foi, Deus? Ela queria viver, ela era serva fiel, ela era uma pessoa boa, muito boa. Saí de Jundiaí no dia 05/03, voltando sem me despedir dela. Ela tinha acabado de entrar em coma e ido pra UTI. Em dezembro, quando eu tinha ido pra lá, ela tinha me dito várias coisas, que eu deveria me manter forte onde eu estivesse, que era pra eu "aguentar" que ela sabia que eu conseguia. Uma despedida mesmo, sabe... eu não gostei, chorei e pedi por favor pra ela parar. Dia 22/03 acordo 6:00 com uma ligação do meu irmão: "Ana, a vó morreu".